terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ensaio 28/9/2010

De como o arauto adverte o público para o que há de vir.

Tape o ouvido quem nunca deixou de sorrir. Porque essa história é pra todo aquele que um dia já chorou. Feliz é aquele cuja lágrima rola livre pelo rosto, escorre do queixo, toca o chão infecundo e faz brotar flor.
Quem nunca viu o sorriso indo embora num “sem querer”? Quem nunca procurou o que há de bom na vida e sequer viu migalha? Quem não perdeu a cor do mundo e revirou as gavetas da vida em busca do lápis pra colorir a dor?
E assim foi. Um dia, um sorriso incomodou tanto, mas tanto, que o mal do mundo, irritado com tanta luz, resolveu roubar pra si o brilho e iluminar um pouco a sombra do seu olhar. E assim foi, num lugar onde as coisas tinham outro nome, onde as cores eram mais vivas, esta história aconteceu...

VILÃO
“Salve, cogumelo!”
“Um champignon descobriu o que os irmãos morreram”
Ai de mim que choro o choro dos que têm dor. É lágrima só e quando não, é aflição, angústia, agonia, amargura. Desgosto todo em mim. É boca amarga, é braço curto que nem pode abraçar. Sombra fria, vento forte, chuva que machuca a cara. Mas o que vejo ali: é luz demais. Nem posso ver, olhar me dói. Que alegria é esta que incomoda a mim e quem é meu? Se meu não é, sorriso claro, não pode ser. Não será...

VELHO SÁBIO
Sei pouco porque vida é coisa grande e nunca gente sabe tudo que pode. Né qualquer um que respeita o que há no outro e sorri co´riso alheio. E inveja mata, sim senhora. Mata o invejoso, mata invejado, mas esse faz morrer aos poucos, pra ver sofrer e ter prazer. E pra vencer coisa ruim desse jeito só coração aberto, força no pé de caminhar bem longe e coração em tudo o que faz. Dou ajuda e um pouco de proteção. Toma um gole desse chá. Bebe e leva um pouco na garrafa. Vai pro mundo e volta logo. Bem mais forte e bela do que já era. Porque te digo mesmo sem entender. Um pouco culpa sua também foi.
- Semente

CACHORRO
Quem tem comida aí? Me dá um bife fresquinho? Um teco de alguma coisa? Um osso? Um só, roído mesmo? Te pago com rabo abanando, cheirada de focinho gelado, e pata no peito. Tem gente que não gosta. Gente boba essa. Carinho se dá com força, abraço é apertado e cabeçada é beijo de quem não pode. Vou pra onde alguém me quiser;

HERÓI
Joaninha, levanta a cabeça; Abre a asa, pousa aqui. Vem, borboleta, pode chegar, meu ombro é teu. Sabiá, pode pousar, mas deixa um a flor pra ele beijar. Pode tirar o mel que quiser, beija. É tua a flor. Beija outra lá do outro lado do mundo e casa uma com a outra. Rosa vermelha, trate de ser mais compreensiva co´ o senhor cravo e o senhor, largue de ser tão sistemático querendo tudo sempre do seu jeito. Formiguinhas vermelhas, venham por aqui, que o caminho é mais bonito.
- Montanha se mexer.
- Luneta.

**Por VARLEI XAVIER.

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