segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Comentários de expectadores!

Tony Duarte
Ontem fui ver a peça "Dona Menina, Cadê seu riso?" no espaço cultural Casimiro de Abreu, foi uma aula para mim que sou estudante de teatro. O texto é muito bom, cenário e figurino me surpreenderam. Recomendo para todos que estudam teatro e para os que não estudam tambem.
 
 

sábado, 28 de maio de 2011

ULTIMAS APRESENTAÇÕES!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sessões da Saudade!







Queremos reunir pessoas que fizeram parte de nossa história. Colegas antigos de escola, faculdade, trabalho, ex-alunos e amigos que não vemos há tempos. Venha participar desses dois dias de reencontro!


SERVIÇO:

"Dona Menina, cadê seu riso?", espetáculo da Cia Lírica de Teatro

Texto e direção: Varlei Xavier

Dias 21 e 22 de Maio de 2011

Sábado às 20:00, domingo às 19:00

Ingresso: R$20,00 (inteira) R$10,00 (aqueles que informarem de onde me conhecem e que vieram para a Sessão da Saudade PAGAM MEIA)

Classificação etária: Livre


AQUELES QUE JÁ VIERAM ASSISTIR AO ESPETÁCULO E QUISEREM REVER OS AMIGOS, NÃO PAGAM INGRESSSO!

Retransmitam para os amigos que me conhecem!
Abraços Saudosos!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Balanço da Temporada de "Dona Menina"

Temporada de "Dona Menina, cadê seu riso?", motivos de risos nossos.

                 Foram 5 semanas, 10 apresentações; amigos queridos, parentes, gente de teatro, gente que gosta de teatro,  livro, cd, boneca, muitos aplausos e muita felicidade. A Cia Lírica de Teatro, em seu primeiro espetáculo de longa duração, fecha seu primeiro mês de temporada com muitos motivos para comemorar.
                Durante os dias em que ficou em cartaz, a Cia conseguiu superar em muito a média de público do Espaço Cultural Casimiro de Abreu no ano de sua inauguração, 2010. Tivemos em média 65 pessoas por final de semana, o que para um espaço do porte do nosso é uma quantidade considerável, haja vista os recursos de que dispomos para divulgação.
                A resposta do público também foi excelente. Durante o espetáculo podemos perceber o envolvimento dos expectadores, com seus sorrisos e lágrimas, aplausos sinceros e comentários emocionais ou criteriosos, sempre generosos, mesmo quando apontavam elementos do espetáculo que, aos seus olhos, poderiam ser melhores. Ouvimos todos, conversamos muito a respeito, e algumas mudanças no espetáculo já podem ser conferidas.
                Sentimos também que nosso trabalho ainda tem muito para crescer e evoluir. Nossa vontade de realizar um trabalho cada vez melhor é grande e profunda. Muito esforço está sendo feito a fim de melhorar o que já temos e conquistar o que não temos. Ansiamos conhecer outros campos, pisar em outros solos e é claro, retomar nossas apresentações em nosso espaço, útero sagrado de nosso espetáculo, filho que tanto amamos.
                Após 7 meses de muita pesquisa, muito estudo, muito ensaio e depois de 5 semanas de apresentações, que nos renderam sorrisos e mais sorrisos, damos uma pequena pausa para recarga de baterias e voltamos em Maio, mês de comemoração de 1 ano de nossa casa, para apresentações em nosso espaço e para o início de circulação do espetáculo por outras praças. Cubatão é nosso primeiro destino, nos dias 14 e 15 de Maio, onde faremos duas apresentações no Teatro do Kaos.
                Se você assistiu "Dona Menina", ajudou-nos a divulgar, contribuiu com seus comentários, sorrisos e abraços, fica aqui nosso mais sincero agradecimento e o desejo de tê-lo sempre conosco nesta jornada. Se ainda não veio nos assistir, oportunidades não faltarão. Fica aqui nosso convite para outras jornadas de "Dona Menina", quando então esperamos contar com sua presença.
                "Fé no que virá!"
Varlei Xavier 

segunda-feira, 28 de março de 2011

Análise de FÁBIO FREITAS - Sorriso e reflexão

“Dona Menina...” – Sorriso e Reflexão
Por Fábio Freitas

“Dona Menina, cadê seu riso?” de Varlei Xavier, nos leva até um mundo de pensamentos e intuições que nos fazem refletir sobre nós mesmos, nossa postura diante do mundo e o quanto temos de responsabilidade para com ele, mesmo que inconscientemente quando oferecemos um sorriso, quando olhamos o lado bonito da vida ou mesmo quando nos alienamos diante das coisas negativas pois ninguém é apenas mais um grão de areia.

Somos levados através da peça até um mundo novo, lírico, que de início nos soa belo, porém infantil e podemos até pensar: “Que bonito! Mas é uma obra voltada para crianças!” O que no decorrer da encenação percebemos estar enganados pois positivamente “Dona Menina...” consegue atingir a todos os públicos, alertando aos mais atentos e talvez mais maduros sobre algo a mais e que muitas vezes carregamos dentro de nós pois é sem dúvida uma boa cartada quando vemos que a personagem título constata: “Também tive um pouco de culpa!” após ter seu belo sorriso roubado pela inveja de Zilá. O que a torna mais humana, desperta, forte.

E temos diante de nós através da divertida narrativa do cão Pandolfo, companheiro inseparável de Dona Menina, uma série de surpresas reveladas através do jogo de luz e sombras, sons, efeitos criativamente simples e uma simbologia sutil e delicada mesmo através da personagem Zilá, vilã da peça, culpada pelos sofrimentos da heroína.

Quem já conhece o trabalho da Cia. Lírica de Teatro certamente se alegra ao testemunhar a crescente evolução de uma equipe que já era boa e consegue se reinventar e surpreender a cada montagem. “Dona Menina, cadê seu riso?” certamente merece ser visto com atenção para os menores detalhes seja nas articulações de Pandolfo (Tatty Ramalho), seja no balançar incessante de Aurora (Joelma Xavier), a mudança desafiadora de Dona Menina (Roberta Conde) ou nas múltiplas faces de Zilá (Carol Tello) com sua voz gutural.

Um belo melodrama completado pela técnica e canto ao vivo onde todos os envolvidos mais uma vez se superam e estão novamente de parabéns.

Fábio Freitas (Ator e membro do grupo Refinaria Teatral)
27/03/2011

terça-feira, 22 de março de 2011

Análise - A Metafísica de "Dona Menina"

Agora que o espetáculo estreou, postarei aqui visões, interpretações, análises e críticas do espetáculo. Qualquer um pode ter seu texto publicado aqui. Basta ter lido o livro, assistido ao espetáculo ou ouvido o CD com a trilha  sonora. 

O primeiro texto é uma interpretação do texto à luz da metafísica, cheio de poesia, como nós, os líricos, gostamos de ver. Vale a pena conferir.

E se você também tem uma interpretação do texto, uma análise do espetáculo, uma crítica ou um desenho, entre em contato conosco, que publicaremos com todo prazer. 



A metafísica de "Dona Menina"

Por Sônia Alvarez

Nasci Catarina, mas Catarina haverei de me recriar; mais que pura, purificada pela consciência de onde vim, onde estou e para onde vou.

Zilá, contraparte do que sou, como Osiris e Seth, as trevas que fizeram a minha luz. A dor que me permite identificar o sorriso. Zilá, mestre do que sou, geradora da dor para a consciência.

Meu corpo, veículo de minha alma, meu cárcere, meu barco. Humildade, húmus, barro, substância que sou da própria terra, filha do ventre da mãe que me acolhe, partilha e conduz nesta evolução. É resistência, é ordem e perseverança.

Minha mente, estrutura aérea, como um espelho, acumula pó da mesma forma que reflete, somente o vento furioso pode decantar a vaidade de meu pensar, a ilusão que me gerava o medo. Só na brisa suave da sabedoria da alma pude encontrar a bonança. Ar é inteligência, que decantada pode levar ao discernimento e sabedoria.

Minhas emoções que me conectam com tudo e todos, substância sem forma que passa dentre tudo. Elemento de purificação kármica que me re-integra à fonte primodrial, me reunifica, gerando bondade. O livre fluir da vida, onde o que foi repousa na instância do vir-a-ser.

Minha intuição, minha alegria mais profunda, minha vontade que irradia do centro do meu ser, dádiva de Prometeu que me permite buscar a Lei, permete me recriar a cada dia.

Aurora, consciência inteiros da minha ciclicidade, de meu amanhecer, da dualidade de vida-morte-vida que me habita. Da potencialidade da morte gerando vida, do entendimento da polaridade que tudo encarna e a possibilita de transmutá-la. 



Sônia Stefanato Alvarez


Médica pediatra, com atuação na infância e adolescência. Possui formação em medicina funcional e oligoterapia, formação em biopsicologia e ayurvédica.

Estudiosa de filosofia clássica, investiga sua conexão à ciência contemporânea.

"Voar..."

Ao som de Tiê. Passarinho.
Música que muito inspirou nosso processo. Nosso início.

"COMO É BOM VOAR..."
Desde o querer inicial, nós voamos. Voamos alto...
Percebemos que podíamos subir no pico de uma montanha e nos jogar sem medo.

Cada frio na barriga foi deliciada, aproveitada.
Como aprendemos!
Percebemos que não é fácil,
mas que,
com PACIÊNCIA
CORAGEM
e PAIXÃO,
podemos MUITO!

Fé no que virá, Líricos!

E vamos cada vez mais, VOAR!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Do início à estréia em substantivos

Vontade, Ragazzo, conversa, proposta, aceitação. Encontro, pesquisa, melodrama, imagens, exercício. Pesquisa, pesquisa, pesquisa, pesquisa, exercício, exercício, corpo, corpo e corpo. Pequisa, arquétipos, Campbell, argumento, aceitação. Exercício, exercício, objetos, personagens, guarda-chuva, cachorro.

Cena, cena, personagens, textinho, Dra. Sônia, filosofia. Pesquisa, personagens, texto, dúvida, reunião, prosseguimento. Conto, conto e conto, leitura, alegria, complexidade. Marcação, marcação. Férias, dramaturgia, dramaturgia, dramaturgia, dramaturgia, revisão, dramaturgia, revisão, dramaturgia, revisão.

Leitura, agrado, marcação, silêncio, estranheza. Chuva, chuva, dramaturgia, saída Aline. Dúvida, pessoas, nomes, cogitações, telefonema, Carol entrada. Cena, Cena, Cena, Cena. Joelho, joelho, joelho, joelho, cena... cena, joelho...

Cena, geral, geral, figurino, cenário, música, problema, cenário, máquina, tingimento. Látex, cenário, cenário, cenário, figurino, programa, programa, flyer, convite, promoção, divulgação, divulgação, prêmio, dinheiro, dinheiro, dinheiro, cenário, carnaval, DR, ensaio, ensaio.

Geral, geral, cenário, insônia, cenário,bolha, fumaça, cenário, lona, cubo, tecido, juta. Batida, ensaio, convites, correria, correria, entrevistas, correria, correria, correria, lista, lista, lista

Montagem, recepção, coquetel, maquiagem, aquecimento, público, público, público, público, público, corrente, grito, entrada, aperto, aperto, aperto. Riso, choro, aplauso, aplauso, aplauso. Autógrafos, autógrafos, abraço, abraço. Felicidade, descanso

Conversa, comida, lista, lista, maquiagem, público, aplauso, aplauso, aplauso, autógrafo, autógrafo, felicidade, felicidade, felicidade, descanso...

quarta-feira, 16 de março de 2011

Cd "Dona Menina, cadê seu riso"?



Pois é!

Nossos músicos guardavam esta informação a sete chaves. Mas agora é oficial. Além do espetáculo, do livro e das bonecas, neste sábado teremos também o lançamento do CD Dona Menina, cadê seu riso? com as músicas que compõem o espetáculo. A novidade é que todas as músicas da peça, neste CD, contarão com letras especialmente escritas para a gravação, que conterá também, pequenos trechos com as vozes das personagens. 

As músicas foram compostas por Raissa Encinas e Danilo Leite fez a produção.

Consegui um furo de reportagem! Raissa, nossa compositora, em momento espontâneo, em ensaio e gravação do CD. 

Não contem para ela que este vídeo foi postado aqui!




Vale a pena conferir


quinta-feira, 10 de março de 2011

Promoção DONA MENINA, SEU RISO E SEU CÃO

A Cia Lírica de Teatro abre hoje a "Promoção Dona Menina, seu riso e seu cão", que vai premiar a foto mais criativa que contenha uma menina e um cachorro com uma Boneca Catarina, confeccionada pelo Atelier Sonho de Menina. Veja foto da boneca.
 
 
 
REGULAMENTO

Como participar?

Envie cada foto para o e-mail cadeseuriso@gmail.com 

Cada pessoa pode participar com apenas uma foto.
 
Detalhe: Na foto, a menina deve obrigatoriamente estar sorrindo e com um cachorro.
 
Até quando posso enviar minha foto?

As fotos poderão ser enviadas até dia 30/03/2011
 
Como será o julgamento e a premiação?

Da mesma forma que a primeira promoção. O julgamento das fotos mais criativas se dará em duas fases. Na primeira, o elenco da Cia Lírica de Teatro (atores, músicos e equipe de apoio) escolherá as fotos mais interessantes, que serão divulgadas no blog http://donameninacadeseuriso.blogspot.com e nas redes sociais (orkut, twitter e facebook). A partir daí, a votação será feita pelos internautas. 

O Resultado final será divulgado no dia 06 de Abril de 2011. 

O prêmio será entregue no dia 08 de Abril. 
 
PARTICIPEM E AJUDEM A DIVULGAR!

terça-feira, 8 de março de 2011

Cia Lírica no Programa "Abc Talentos" da UpTv

Nesta quinta-feira, dia 10 de Março, o elenco da Cia Lírica de Teatro estará no programa Abc Talentos falando sobre o espetáculo DONA MENINA, CADÊ SEU RISO? e sobre o lançamento do livro.

Quinta-feira, às 20:00 na www.uptv.com.br

Assistam e enviem perguntas.

segunda-feira, 7 de março de 2011

PROMOÇÃO DONA MENINA: O que te faz perder o riso? (RESULTADO FINAL)

FRASE VENCEDORA

Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente; coração que maquina projetos Iníquos, pés que se apressam a correr para o mal; testemunha falsa que profere Mentiras, e o que semeia contendas.

Autora: Viviane Gonçalves (COM 31% DOS VOTOS)


PARABÉNS A TODOS O QUE PARTICIPARAM!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Bonecas (Catarina)

A partir da data de estréia do nosso espetáculo, quem gostar de nossos personagens pode levá-los para casa na versão bonecas de pano.

Veja a primeira:

CATARINA







segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

PROMOÇÃO DONA MENINA: O que te faz perder o riso?

A Cia Lírica de Teatro abre hoje a Promoção Dona Menina, que vai premiar a melhor resposta à pergunta O que te faz perder o riso? com um par de convites para a estréia do espetáculo e um livro Dona Menina Cadê seu Riso - O conto e a peça, autografado pelo autor, Varlei Xavier, e pela ilustradora, Roberta Conde.

REGULAMENTO

Como participar?

Envie sua resposta à pergunta O que te faz perder o riso? para o e-mail cadeseuriso@gmail.com . 

Cada pessoa pode participar com apenas uma resposta. Em caso de serem enviadas mais de uma resposta por um mesmo participante, a comissão julgadora escolherá por sua conta uma das respostas. 

Até quando posso enviar minha resposta?

As respostas deverão ser enviadas até o dia 01 de Março de 2011.

Como será o julgamento e a premiação?

O julgamento das melhores respostas se dará em duas fases. Na primeira, o elenco da Cia Lírica de Teatro (atores, músicos e equipe de apoio) escolherá as respostas mais interessantes, que serão divulgados no blog http://donameninacadeseuriso.blogspot.com e nas redes sociais (orkut, twitter e facebook). A partir daí, a votação será feita pelos internautas. 

O Resultado final será divulgado no dia 05 de Março de 2011. 

O prêmio será entregue no dia 19 de Março, data da estréia do espetáculo e do lançamento do livro. 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O rio



"Vê esse rio, nascido em água cristalina na montanha? Seu curso é sinuoso como vida e jornada minha. Há desvios e momentos de desespero, mas curso segue ao encontro de destino. Rio é como cada um de nós. Começamos cristalinos e rasos como água de nascente, que pouco a pouco se aprofunda com o correr dos anos. Não fossem as margens não haveria curso nem profundidade."

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Blog novo e pesquisa nova

Para comemorar o novo nome e a nova cara do blog, vou postar uma pesquisa sobre a história das bonecas.

FONTE: Super interessante http://super.abril.com.br/superarquivo/1992/conteudo_113149.shtml


A MAGIA DAS BONECAS

História da criação das bonecas e seu aperfeiçoamento.

Com seu estranho fascínio, elas estiveram ao lado do homem em quase todas as civilizações e se transformaram, com sua arte, fantasia e religiosidade. num espelho fiel da história humana.

Por Cristiane Costa, do Rio de Janeiro. Colaboraram: Gisela Heymann, de Paris, e Carla Aranha, de São Paulo

E Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. A criatura, esperta que era tratou de imitar seu criador. E as. sim começa uma história de brinquedo: era uma vez o ser humano e um objeto feito à sua imagem e semelhança... a boneca.
Assim começa também a história real de um inocente objeto que hoje alimenta fantasias infantis em milhões de lares mundo afora e acompanha o homem há milênios. É provável que desde as cavernas, embora nunca tenham sido encontradas bonecas pré-históricas. Oficialmente, tudo começou cerca de 2 000 anos antes de Cristo, no Egito Antigo, durante a época do Médio Império, quando surgiram as primeiras bonecas de que se tem notícia. Algumas eram talhadas em madeira, com longos cabelos esvoaçantes que até hoje não se sabe bem para que serviam. Outras, a esmagadora maioria , eram forjadas no mesmo barro que, segundo a Bíblia, moldou Adão, mas com um destino bem menos festivo. Longe do Paraíso, a elas estava reservada a tarefa de acompanhar os faraós na incursão ao mundo dos mortos. E parece que elas se saíram bem nesse rito de passagem para o além, já que depois dessa data as bonecas funerárias, medindo entre 10 e 23 centímetros e batizadas com o nome de ushabtis, passaram a ser produzidas em larga escala para substituir parentes escravos que antes eram enterrados vivos com seus reis.
O fascínio pelas bonecas esteve presente em quase todas as civilizações. Nos túmulos egípcios, elas acompanhavam a morte Na tradição judaico cristã, se imiscuíram sorrateiramente na criação da vida. Afinal, Adão foi feito em barro, e Eva, em osso, dois dos materiais mais comuns para a fabricação artesanal de imagens na Antigüidade. Desde então, o mundo das bonecas tem sido o ninho predileto da magia, da fantasia, da arte e da religiosidade.Originalmente, as crianças nem sequer tinham o direito de se aproximar desses pequenos totens, que se acreditava terem poder de vida e morte sobre as pessoas e eram monopólio de donos bem mais exclusivistas: sacerdotes, feiticeiros e curandeiros. Uma crença que ainda existe em certas religiões anímicas e que tem no vodu sua maior expressão. Seja na África, na Europa ou no Brasil onde a umbanda e o candomblé são um rico veio de figuras do bem e do mal , manipular a imagem humana ainda guarda um pouco dessa antiga mística de poder sobrenatural.
Até hoje, historiadores e colecionadores têm dificuldade para distinguir a boneca, simples brinquedo, de todas aquelas imagens e estatuetas que as escavações arqueológicas nos restituem. Uma ambigüidade que não está restrita às civilizações que o tempo apagou. Na Idade Média, por exemplo, ela foi tão marcante que, entre a cruz e a boneca, a sociedade medieval resolveu condenar os pequenos bibelôs à mesma fogueira onde ardiam as bruxas. Carregadas do simbolismo da mitologia pagã greco-romana, elas praticamente desapareceram do mapa. No máximo, eram admitidas em presépios como o que deram fama internacional a Nápoles, na Itália e feiras. Principalmente em cidades também italianas como Florença e Veneza, onde, apesar de toda a repressão religiosa, o teatro de marionetes conseguiu sobreviver mas isso porque passou a divertir o povo com parábolas sobre a vida de Cristo. As bonecas, no entanto, não eram mais os brinquedos infantis que foram na Grécia e em Roma, e sim, uma diversão de adultos.No mundo clássico era comum que meninas tivessem bonecas, e provavelmente brincavam com elas tanto quanto as crianças atualmente. Mas esse brinquedo tinha também uma função ritual. Na época do casamento, as jovens gregas costumavam consagrar suas bonecas à deusa Afrodite. Alguns dos bilhetes que acompanhavam essas oferendas foram conservados até hoje. "Eu, Sapho, dedico este precioso presente para você, escreveu uma dessas mulheres de Atenas. Os romanos celebravam em dezembro, ao mesmo tempo que as comemorações de Saturno o deus que, depois de expulso do Olimpo fundou Roma , festas particulares em que bonecas eram dadas como presentes. Sempre em maio, o deus Lares o nome diz tudo era homenageado com altares lotados de bonecas.
O ritual e o prazer da simples brincadeira se tornaram inseparáveis na sociedade clássica. Em Herculano, cidade romana destruída com Pompéia na erupção do Vesúvio, em 79 d.C., foi encontrado o corpo de uma menina abraçada a uma boneca, completamente preservado pela lava. Descobrir se ela se agarrava a um simples brinquedo ou a um ídolo como as imagens de santos a que até hoje muitos se apegam em momentos difíceis é uma missão impossível. A mesma dúvida existe em relação à boneca de marfim encontrada no sarcófago de Maria, mulher de Honorius, um dos últimos imperadores de Roma. Do tamanho da Barbie, toda articulada, ela tinha enxoval e jóias, do mesmo modo que a boneca moderna. Isso em pleno século III de nossa era.
Essa dualidade que as fogueiras tentaram banir da Europa na Idade Média não foi monopólio do Ocidente. No Japão, até hoje as duas definições se misturam tanto quanto se misturavam entre romanos e gregos. Há pelo menos 900 anos, todo dia 3 de março, as meninas reverenciam a casa imperial reunindo suas bonecas prediletas numa grande festa. Uma a uma, todas as bonequinhas são visitadas, apresentadas às amigas e, durante o chá, têm o privilégio de serem servidas em primeiro lugar. A semelhança com o chazinho de boneca tão comum entre as nossas crianças, no entanto, fica só na aparência. Para os japoneses, bonecas têm espírito. E isso é coisa séria, de adulto.
Ainda hoje, muitos japoneses acreditam que, colocada no leito de uma criança doente, a boneca pode levar a moléstia embora. Se presenteadas no dia do casamento, são consideradas símbolo de prosperidade e felicidade conjugal para o jovem casal. Há pouco mais de vinte anos, o sindicato dos fabricantes e comerciantes de Tóquio aproveitou a deixa dessa crença para promover um grande lance comercial chamado Ninguyo Kuyo. Tradução consolo da alma das bonecas", ritual de cremação que se tornou tradicional na capital japonesa. Todo dia 25 de setembro, as mulheres estéreis que obtiveram a graça de ter um filho levam uma boneca para ser cremada no templo Kiyomizu-Kannondo. A idéia é que, queimando a boneca, seu espírito carregado do desejo de maternidade vai embora com a fumaça e a criança pode crescer em paz. Vai-se o espírito infantil, fica o comercial.
Em muitas tribos africanas, o mito da fertilidade sobrevive com a mesma força. Entre os cuanhama, da Costa do Marfim, ou os lobi de Angola, quando as mulheres engravidam, passam a andar com bonecas penduradas na cintura. Se querem um filho homem, o objeto terá características masculinas. Se desejam uma filha, a boneca será enfeitada com brincos e colares coloridos. Quando a mãe ou avó presenteia a menina com uma boneca, faz-se uma festa. E como se a família Ihe confiasse a imagem de sua futura descendência, protegendo-a contra a esterilidade. Entre os índios carajás, de Goiás, somente mulheres e meninas podem manipular as pequenas bonecas de barro chamadas litjocós, conhecidas pelos bandeirantes e até hoje produzidas por essa tribo que já somou 9 000 pessoas e hoje está reduzida a pouco mais de 400 índios. Muitas delas dão forma aos seres mágicos da mitologia carajá.Com uma enorme carga simbólica pagã, é compreensível que a Igreja Católica tenha perseguido tanto as bonecas. Mas por maior que tenha sido a repressão, o fascínio ressurgiu em todas as oportunidades que teve. No século XIV, a França foi tomada pela febre das Pandoras, bonecas de madeira, feitas em tamanho natural, que no inicio eram enviadas às cortes para exibir as últimas criações dos estilistas parisienses, mas logo se tornaram presentes, trocados com freqüência entre os nobres. No século XVI, Martinho Lutero, o líder da reforma protestante que mergulhou a Europa em sangrentos conflitos religiosos, condenou veementemente a frivolidade das bonecas fabricadas em Nuremberg, na Alemanha. Os "objetos luxuriosos" não passavam de meras peças de madeira entalhada, com cabelo de crina de cavalo, vestidas como mulher da corte, apelidadas de Docke.Mas era tarde. Embora ainda fossem brinquedos de adultos, as bonecas estavam de volta à Europa, agora para ficar. Para chegar às mãozinhas das crianças, no entanto, ainda iam demorar muito. Só a partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, a boneca voltaria ao reino da infância. As regras rígidas que governavam o comportamento das crianças até então começaram a ser relaxadas. Educadores e filósofos encorajavam pais a permitir que as meninas brincassem com elas e o crescimento da classe média abriu mercado para a produção em larga escala. Rapidamente as crianças européias saíram da rústica idade da madeira para a delicadeza dos rostinhos de louça um segredo roubado da China. Daí para o biscuit material que proporcionou as mais perfeitas imitações da pele humana até hoje foi um pulo. Nascia a idade de ouro das bonecas.
O século XIX foi marcado pelos biscuits das fábricas familiares francesas Jumeau, Bru, Schimidt, Fils e das alemãs Armand Marseille e Heubach. Pelo troca - troca de sobrenomes e nacionalidades, nota - se que havia intercâmbio entre os dois grandes centros. A facilidade de conseguir matéria - prima fez da Alemanha a grande recordista na produção de biscuits. Mas as bonequinhas francesas são hoje as mais valorizadas, pela beleza dos rostos e roupas. Um molde de rosto era usado no máximo cinqüenta vezes e depois jogado fora. Até escultores renomados foram contratados pelos Jumeau para desenhar as carinhas de suas bonecas, que durante três gerações, de 1845 a 1899, transformaram o nome da família numa das palavras mais pronunciadas pelas crianças de todo o mundo. Bebé Jumeau, na época, era sinônimo de boneca como Gillette é hoje de lamina de barbear.
A evolução das bonecas européias seguiu uma ordem inversa à natural. Primeiro, foram fabricadas as madames, depois as meninas e, por fim, os bebês. Olhos e bocas também foram se aprimorando. Com o tempo, ganharam o movimento de abrir e fechar, além de cílios e dentes. Em 1905, no entanto, começaria na Alemanha o movimento artístico que poria fim ao predomínio que os biscuits exerceram durante quase todo o século passado. Nesse ano. como contestação ao ideal de beleza inatingível representado pelo rosto de porcelana, nasceram as Googlies, as verdadeiras ancestrais das bonecas que conhecemos hoje em dia.Com suas expressões marotas e olhos esbugalhados, elas representaram uma revolução estética. Ao mesmo tempo, novos materiais passaram a ser testados, em busca de maior resistência aos carinhos infantis. As bonecas de biscuit enfrentaram forte concorrência das de papier mâche e cera, que também tinham defeitos, como rachar e deformar. Seguiu-se a moda das bonecas de celulóide, que se mostraram altamente inflamáveis. O plástico e a borracha só viriam a ser usados com intensidade depois da Segunda Guerra Mundial.Outro sonho perseguido pela indústria de bonecas foi a criação de uma espécie de Pinóquio capaz de andar, falar e se movimentar sozinho. Fabricados a partir do século XVII por relojoeiros alemães e suíços, os bonecos mecânicos, chamados autômatos, funcionavam como símbolo de status para as classes mais altas. Alguns eram tão caros e elaborados que o público pagava entrada para vê-los. Os temas variavam do tocador de banjo ao garoto soltando bolas de sabão e à vovó costurando. Em 1780, a rainha francesa Maria Antonieta adquiriu um, tão extraordinário, que o compositor alemão Christoph Gluck foi chamado especialmente para escrever uma música para ele. Os autômatos eram capazes de proezas como escrever frases com uma caneta, mexendo a cabeça e os olhos como qualquer pessoa faria, ou tocar flauta com os exatos movimentos do músico.
A invenção da caixinha de música coube a um relojoeiro suíço Antoine Favre, no século XIX. Rapidamente, os pequenos bonecos mecânicos que se moviam conforme a melodia se espalharam pela Europa. Mas poucos desses caríssimos objetos chegaram às mãos das crianças. Elas no máximo observavam o deleite dos adultos com os autômatos. O próprio Thomas Edison (1847-1931), o americano que inventou a lâmpada e o fonógrafo, criou um boneco falante, que inspirou Jumeau a fabricar no final do século passado bonecas fonográficas, capazes de dizer frases como Alô minha querida mamãezinha", em francês. Uma boneca que caminhava, a autoperipatetikos (que anda sozinho em grego), foi patenteada nessa época.Quase todo esse patrimônio se encontra agora nas mãos de adultos, colecionadores, museus ou antiquários, onde tem status de obra de arte. Atualmente, o hobby de colecionar bonecas é o terceiro mais popular do mundo, atrás apenas dos aquários e dos selos. Só nos Estados Unidos, onde fica localizado o Margareth Strong, o maior museu de bonecas do mundo, existem mais de 100 clubes unidos por uma federação chamada United Federation of Dons Clubs. Na Alemanha, os museus de bonecas são encontrados em todos os cantos. Tudo para não deixar morrer uma história de brinquedo tão grande que nem uma boneca de pano tagarela como a Emília imortalizada na obra de Monteiro Lobato , por mais gostoso que seja o colo de Narizinho, teria fôlego para contar.

Para saber mais:
Candomblé
( SUPER número 1, ano 9)


A estrela da indústria de brinquedos

Pouca gente se lembra, mas o primeiro objeto produzido pela maior indústria de brinquedos da América Latina foi uma boneca de pano, de nariz arrebitado. De 1937 para cá, a Manufatura de Brinquedos Estrela S.A. cresceu com as crianças brasileiras. Hoje a empresa paulista lidera o mercado, com um faturamento de US$ 150 milhões por ano. Bonecos e bonecas representam quase a metade de sua produção, de uma coleção de 600 produtos. Responsável por 85% das exportações das indústrias brasileiras de brinquedos, a empresa investiu, em 1991, USA 15 milhões só no mercado externo. As bonecas da Estrela ficaram para a história. Pupi, a primeira boneca de plástico. que dormia e chorava, causou euforia nos anos 50. Na década seguinte, foi a vez das bonecas mecânicas, de vinil e plástico, como a Gui-gui, que ria quando se abriam e fechavam seus braços, ou a Susi, a primeira fashion doll (boneca que segue a moda), que vendeu 10 milhões de exemplares. Nos anos 70, surgiu o primeiro herói nesse universo tão feminino. Brilhou a estrela de Falcon, um militar ruivo e barbudo que vendeu nada menos que 3 milhões de unidades e abriu caminho para os meninos entrarem na guerra de vendas. E para não sair mais.


Uma balzaquiana linda, feliz e milionária

Das ushabtis egípcias ao biscuit ela é a superstar absoluta da história das bonecas. Apesar de seus trinta centímetros de altura, se todos os 600 milhões de Barbies já fabricados dessem as mãos, dariam quatro voltas e meia ao redor da Terra. A cada 2 segundos, uma é vendida em alguma parte do planeta. Aqui, o sucesso da Barbie é tanto, que o Brasil é o quarto maior consumidor da boneca, atrás dos Estados Unidos, Itália e França.Barbie, uma balzaquiana criada em 1959 pelo americano Elliot Handler, veio ao mundo para o sucesso. Só nos EUA, 95% das meninas entre 3 e 11 anos têm uma em seu quarto. Meryl Friedman, a vice-presidente de Produtos de Consumo Barbie da Mattel Toys, a empresa dona dos direitos sobre a boneca no mundo, reconhece que ela é hoje o brinquedo mais promovido de toda a história. A linha Barbie vende às meninas um sonho, um estilo de vida, um padrão de beleza", revela.No Brasil, Barbie chegou em 1982, através da Estrela, e mostrou seus dotes de recordista. Sozinha, ela responde por 16,5% do faturamento de empresa São 5 milhões de bonecas vendidas. E para comemorar à altura os dez anos de sua chegada, a Estrela contratou Conrado Segreto, o mais badalado estilista brasileiro, para criar quatro modelos de alta costura para ela. "Foi uma honra trabalhar com Barbie, que já foi vestida por nomes famosos", diz Segreto.Realmente, a multimilionária Barbie não pode reclamar. Ela já usou roupas assinadas por celebridades da moda como Saint-Laurent. Dior, Kenzo, Cardin e Courrèges. Guarda-roupa para princesa nenhuma botar defeito.

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